Psicanálise: a medicina da alma
“Comecei a minha vida profissional como neurologista tentando aliviar
os meus pacientes neuróticos. Eu descobri alguns fatos novos e importantes
sobre o inconsciente. Dessas descobertas, nasceu uma nova ciência: a
Psicanálise. Eu tive de pagar caro por esse pedacinho de sorte. A resistência
foi forte e implacável. Finalmente consegui. Mas a luta ainda não terminou. Meu
nome é Sigmund Freud”.
Em agosto de
2008, tive a minha primeira aula sobre Psicanálise com o professor Remus
Stancu. Lembro-me que no dia estava triste e desgastada, mas ao ouvir as
primeiras explanações do professor, imediatamente um interesse despertou e
nascia então minha predileção pelas peculiaridades desta encantadora teoria.
A
humanidade teve três importantes mudanças na idéia do homem sobre si que se
tornaram grandes feridas narcísicas. O nascimento da Psicanálise foi uma delas.
Antes de Sigmund Freud, o homem acreditava que o que dizia e fazia era produto
de sua vontade consciente, mas ele demonstrou a existência de outra parte de nossas
mentes que funciona no mais obscuro segredo e que pode até comandar nossas
vidas, o inconsciente.
O processo psicanalítico
criado por Freud, médico e pensador austríaco que revolucionou a cultura do
século XIX para o XX conhecido como a Era Vitoriana, um período de muitas
restrições onde as pessoas com problemas psicológicos não tinham a quem
recorrer, trouxe profundas mudanças nos pensamentos vigentes da época. A partir
da análise de vários pacientes, Freud trouxe uma ampla mudança na visão do que é ser humano. Suas premissas de que somos regidos por fantasias e desejos
inconscientes provenientes da infância fazem com que o psicoterapeuta possa
reconhecer sintomas, sonhos, atos falhos, entre outros, a fim de desvendar um
sentido encoberto que se encontra nos esconderijos profundos da mente. Ele
introduziu a idéia do inconsciente, um lugar onde se encontravam conflitos,
memórias dolorosas e pensamentos considerados inaceitáveis. Assim, a teoria
psicanalítica, em sua essência, postula a existência de forças psicodinâmicas
contrárias classificadas como desejos, que se armazenam no inconsciente, e
defesas que têm como função banir tais desejos da consciência.
Tais
particularidades da Psicanálise simplesmente me encantaram. Sinto uma
profundidade que não nasceu em laboratórios, fato
que levanta discórdias por se tratar de uma teoria essencialmente descritiva
que se tornou um legado e tem
sobrevivido ao tempo. Sigmund assumia o papel de investigador, construindo sua teoria baseada no dia a dia dos
pacientes, suas histórias de vida como também sua própria história, ao mesmo
tempo em que formulava as possíveis intervenções clínicas. Em 2008 o professor iniciara a aula com uma
frase: todo psicólogo deve ser um investigador, desbravador de prólogos das
histórias de vida de seus pacientes.
A clínica psicanalítica de Freud que se desenvolveu a partir do entendimento da psique do sujeito, tem sido construída e reconstruída proporcionando maior entendimento, aprimorando a técnica e encantando diversas pessoas. Além da Psicanálise ser um método, uma teoria sobre a concepção de sujeito e uma importante ferramenta de análise, para mim ela é uma essência que desvenda aquilo que há de mais profundo em nossas almas.
A clínica psicanalítica de Freud que se desenvolveu a partir do entendimento da psique do sujeito, tem sido construída e reconstruída proporcionando maior entendimento, aprimorando a técnica e encantando diversas pessoas. Além da Psicanálise ser um método, uma teoria sobre a concepção de sujeito e uma importante ferramenta de análise, para mim ela é uma essência que desvenda aquilo que há de mais profundo em nossas almas.