Um ano mais!
Essa semana recomecei minhas aulas
de inglês e acabei caindo em uma sala em que a maioria dos alunos são adolescentes.
Claro que senti certo desconforto então, fui até o coordenador perguntar se
tinha outra sala do mesmo nível de inglês que estou e com a faixa etária mais próxima a
minha. Disse para ele:
-É que eu tenho 27 anos...
Eu tenho 27 anos... 27 anos...
Essa frase ficou ecoando em minha mente enquanto voltava pra
casa.
Dia 18 de fevereiro foi meu
aniversário. Fiz 27 anos. Muitos pensamentos me tomaram a mente. Confesso que uns
dias antes, uma melancolia nasceu no coração pelos sonhos ainda não realizados. Contudo, nascia uma expectativa ao pensar nas possibilidades que eu podia aproveitar.
Acredito que para todos há uma natural reflexão sobre as
realizações, frustrações, planos que geram dúvidas e
inseguranças. Estar continuamente iniciando e terminando é intrínseco ao ser
humano. Passagem significa mudança. Cada fase da vida é um projeto particular,
uma experiência única com alegrias e dores que são vivenciadas de acordo com a
história pessoal de cada um.
A contagem do tempo é inevitável.
Fazer aniversário pode marcar aquilo que se foi, que não se constituiu. Também
marca os sonhos e projetos para o futuro. Mas se pensarmos mais a fundo, aniversário
marca aquilo que continuamente tentamos esquecer em nosso cotidiano, mas que
nessas passagens surge para nos afrontar: a finitude.
O tempo constrói nossa
subjetividade. Somos seres no tempo já dizia a psicanalista Lea Waidergon. Ele
cura, reconcilia, educa, fortalece e pode eternizar.
Na volta pra casa enquanto estava pensando
em meus 27 anos, um pensamento acalentou meu coração. Entendi que é preciso
viver com naturalidade, poder sentir prazer, usufruir do momento que se vive e
que o importante no aniversário é a renovação dos seus sonhos e principalmente, a renovação do pacto de amor com você mesma.