O Mistério Feminino
“O coração de uma mulher é um oceano profundo cheio de
segredos”. (Rose DeWitt Bukater – Titanic)
Afinal, o que é ser mulher? Essa é uma pergunta que
até Freud pouco soube explicar. Para ele, as mulheres foram a grande questão de
sua teoria mesmo iniciando a Psicanálise em volta de mulheres situadas em um furacão de sentimentos e que falavam através de seus corpos
sobre amor, desejo, ódio, culpa. Ainda assim, no final de sua obra Freud volta a questionar: o que querem as
mulheres? Ele nos considerava um continente obscuro. No texto A
Feminilidade (Conf. XXXII, 1932/33), ele aponta para o que ele chama de
enigma da mulher. Lacan, que foi também um grande psicanalista, vai dizer sobre o
feminino como um gozo enigmático, indecifrável, louco.
O
desenvolvimento da menina é totalmente diferente do menino. A mulher é
fabricada por um longo trabalho psíquico. Ela é um vir-a-ser, uma posição subjetiva
que ocupa um lugar singular frente ao amor, ao desejo e ao gozo. Os
dados anatômicos e biológicos tornam-se insuficientes para definir o que é o
feminino. A questão primordial é a função simbólica atribuída a esse universo, carregado
de segredos e enigmas que perpassam a alma de uma mulher tornando-se uma arte de
individualidade. Fortaleza e fragilidade, luz e sombra, segredos
profundos, essência sagrada, tesouros de uma poderosa subjetividade. Ser mulher, significa trilhar um
caminho cheio de emoções, luta, força e poesia que nos presenteia com garra e sabedoria.
Pode-se realizar tentativas de alcançar algumas respostas,
mas talvez não seja possível encontrar. Assim como não há uma definição para a
Poesia. Disse Simone de
Beauvoir sobre as mulheres: "Que nada nos defina. Que
nada nos sujeite. Que a liberdade seja a nossa própria essência!”.
Assim seja!