Quem sabe o príncipe virou um chato...


A frustração é filha da idealização.

     Era uma vez um Príncipe Encantado... 
O início de todo conto de fadas traz essa frase que prende nossa atenção e desperta as nossas idealizações.

Desde crianças, consumimos romances, histórias de amor a primeira vista, do príncipe e da princesa enamorados, da paixão arrebatadora que nasce no econtro dos olhares. São histórias que enviam mensagens de como devem ser os relacionamentos que não correspondem aos reais. Somos incentivadas a acreditar que um príncipe encantado chegará e nos salvará de tudo o que é ruim, feio e sujo no mundo e viveremos em um lugar maravilhoso distante de tudo, felizes para sempre. Podem ser livros, revistas, novelas, filmes de comédia romântica, eles alimentam falsas expectativas e desejos irreais de ter a vida perfeita dos contos de fadas. 
     Acreditamos na fantasia de que há uma pessoa específica, com características específicas (desejadas) e em algum momento da nossa história, ela irá aparecer. O príncipe toma formas diferentes, mas semelhantes. É bonito, sedutor, engraçado, charmoso, bem sucedido e que faz de tudo para te conquistar. 
      Quem nunca sonhou com aquela cena clichê que o cara surge correndo no aeroporto e se declara no ultimo minuto?

     Toda vez que idealizamos uma pessoa, é bem provável que com o passar do tempo vamos nos decepcionando com ela pois a realidade jamais irá se igualar com a imagem idealizada que criamos. Esquecemos que quando estamos envolvidas com a fantasia do príncipe encantado e perfeito, acabamos por perder oportunidades de vivenciarmos bons encontros com pessoas reais e que podem ser frutíferas em nossas vidas. E depois a gente se queixa de uma situação que nós mesmos criamos.

     Qualquer tipo de relacionamento no qual imaginamos que seremos totalmente preenchidxs pelo outro, será certamente muito complicado. As pessoas deveriam se unir preenchidas por si mesmas e ficarem juntas por apreciar isso no outro. Mas o que acontece é justamente o contrário. Esperamos que o outro supra nossas faltas e ainda projetamos nossos ideais, desejos e fantasias românticas na ilusão de que serão realizadas.

Expectativas elevadas destroem relacionamentos.

     As pessoas da vida real podem fazer coisas simples e fofas por amor e esses gestos são melhores do que os exageros dos filmes. Não será sempre algo romântico, um final feliz ou um contos de fadas. Haverá coisas normais do dia a dia, sem necessidade de um cara que te levará de jatinho para tomar café da manha em um lugar exótico. Isso são besteiras irreais melodramáticas. 
Diminuir as expectativas e analisar a realidade dos relacionamentos é a chave de encontros amorosos saudáveis, pois, tudo o que importa é a conexão e o respeito.

     Talvez o segredo seja: Arrume sua vida e depois arrume alguém. Quando estiver completa e feliz, atrairá pessoas diferentes daquelas que lhe atraem quando está infeliz. 
É preciso apreciar a própria companhia, pois não aprendemos muito sobre nós mesmos se estivermos sempre procurando o apoio de outra pessoa. 
     Eu sou romântica de carteirinha e os aspectos positivos disso é que me dão esperança. Contudo, o final de um livro nem sempre será o grande The Happy Ending. As pessoas mudam, crescem, aprendem sobre si mesmas e sobre relacionamentos e este conhecimento pode nos proporcionar uma vida plena. 
Esse sim pode ser o final feliz!



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